Amor contido

Ela já deu sinais de que está interessada no doutor que recuperou sua beleza e vitalidade. Mas ele ainda se sente um tanto tímido, talvez por uma questão de ética profissional. Mas partir da próxima semana, a relação entre Finnegan e Consuelo tente a esquentar. Depois do episódio do seqüestro, em que foram feitos reféns dos alemães em seu plano de fuga, os dois vão passar uma temporada no Hospital da Candelária, em Santo Antônio. É ali, um pouco mais distante do inferno na selva e mais próximos um do outro, que acontecem os primeiros beijos.

Mas há o índio, e o carinho que Consuelo tem por ele desperta em Finnegan um certo desconforto. E há Collier que vive levantando suspeitas a respeito da relação, o que só faz aumentar a confusão na cabeça do médico.

Como vocês vêem, muita coisa está para acontecer a partir dos próximos capítulos. É o que Fábio Assunção comenta aqui, entre outros assuntos. Confira:

Você tem se concentrado bastante antes de gravar, sobretudo nas cenas cujo assunto é Consuelo. Por que?

Fábio Assunção: A cena em que você se refere, era um dos pontos-chave da relação entre Finnegan e a Consuelo. Sabe quando você gosta de uma coisa, mas fica alguém te falando que aquilo é ruim e você é menino a ponto de abrir mão daquilo por uma crítica? Acho que a relação que ele tem com a Consuelo é altamente influenciada pelo Collier, essas brincadeiras que o Collier faz, do tipo: – “o índio está pegando…”, acho que isso vai depreciando essa relação com uma mulher que ele acha maravilhosa. Finnegan vai cozinhando a relação, mas naquele momento ele sente que está prestes a perdê-la, o que acontece mais para o final da minissérie. Ali, então achei que cabia a coisa de um choro de menino. E a coisa da concentração foi absolutamente necessária, porque foi um tipo de caminho que escolhi que num outro plano não poderia voltar à meia bomba, tinha que ficar mantendo aquele clima. Para mim foi uma cena de duas horas. Fiquei duas horas em cena tendo o maior prazer e curtindo aquilo.

Seria a mesma coisa se a minissérie fosse gravada no Rio, por exemplo?

Fábio Assunção: Acho que foi muita coragem do Ricardo Waddington ter se optado por gravar na selva. Mas eu concordo com ele: – foi uma coragem necessária. Ter ido para a Amazônia com essa equipe toda, sabemos que é uma operação cara, complicada em termos de logística. E não é só uma questão de grana, mas uma questão de saber fazer, e nisso o Flávio e a Verônica – respectivamente, Flávio Nascimento, diretor de produção e Verônica Esteves, gerente de produção – têm muita experiência. Mas acho que ter estado lá faz a diferença total, não tenho dúvida disso. Tudo bem, poderíamos ter ido à floresta da Tijuca e coisa e tal… Mas a Amazônia é diferente. Estar em loco realmente… Tem uma umidade que não tem no Rio de Janeiro. Calor tem, mas essa umidade que faz a camisa grudar na pele, sabe, essa sensação de suor, os insetos o tempo todo, o repelente que a gente usa. Não sei, mas acho que ter ido foi fundamental.